Estes dias (e a poucos de regressar ao trabalho) dei por mim a pensar em tudo aquilo que um filho traz de novo á nossa vida.
Dei por mim a pensar nos medos que tinha ou não, antes de ser mãe. Na verdade cheguei á conclusão que não tinha medos, pois descobri que os medos vêm quando temos filhos.
Tudo aquilo que eu temia antes de ser mãe, passei a enfrentar depois de o ser. O verdadeiro medo é um: o perder os nossos filhos. O lhes acontecer algo de mal. No outro dia em conversa disse a uma amiga que o medo não é só na gravidez (só começa), vai-nos perseguir para o resto da vida, mas faz parte. E é mesmo assim que penso.
Descobri que ser mãe é andar com o coração nas mãos. Duplamente nas mãos, no meu caso.
Quando tive a Catarina passei a viver numa bolha. Uma bolha de amor. Deixei de ser eu (a Catarina filha) e passei a ser a Mãe. Bolas, ainda há uns anos a filha era eu! Sabia lá eu que isto era tão complexo e tão difícil. Mas tão bom. Sabia lá eu que isto era um misto de emoções e sensações boas, más e assim-assim.
Depois lembrei-me de algo que aprendi nos tempos de faculdade. Aprendi que " a vida não é dia sim dia não, é feita em cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o coração" - Mafalda Veiga ( O restolho). Na altura o que me aumentava o coração era tão pouco e tão complexo. Hoje o que me aumenta o coração são dois pequenos diabinhos: um de fraldas e outro de "birras"! E o que me aumenta o coração é tão simples, mas grandioso, assim como aquilo que o aperta: filhos!
Quando a C. está em casa é como um turbilhão de sensações em um minuto: riu, ralho, enervo-me, volto a rir! Quando ela não está o silêncio atormenta-me e penso como seria sem ela. Não seria!
E penso se ela está bem, se comeu, se brincou, se está feliz, etc... Espero que ela não tenha caído, ou sentido a nossa falta. Espero que se tenha portado bem e que se tenha divertido. E espero mais que tudo, que ela chegue inteira casa! E, aí, volto a pôr o coração no lugar e descansar por algumas horas.
Agora, vou deixar dois. Como é que vou trabalhar com um coração enorme nas mãos? Terá de ser. Ainda assim vou ansiar pelo momento de os ir buscar, de saber se aprenderam algo novo! Vou aprender a dar mais valor ao tempo que passo com os dois(acho que nem sempre paramos para pensar no tempo em que perdemos para as coisas boas (lá está, não paramos porque não temos tempo)). O relógio é o meu maior inimigo! Mas ele nunca vai parar. Por isso resta aproveitar todos os minutos!
PS. Não sou maluca, não se preocupem. Faço muitas coisas durante o dia, tenho sempre a mente ocupada e na realidade quero ir trabalhar porque gosto de me sentir útil e o money não cai das árvores (infelizmente ihihi)! Ainda assim, tenho momentos para pensar no que estou aqui a fazer, no que preciso fazer, nas minhas obrigações. E como toda a gente, tenho sentimentos (bons ou maus), é a natureza de mãe!
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