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Os meus partos - Violencia obstetrica

  Acho que nunca fiz o relato do meu parto (dos dois), aqui no blog.
Hoje, vi um vídeo sobre violência obstétrica, embora seja um tema controverso, darei a minha opinião.
Este texto terá apenas a ver com a minha experiência, repito MINHA!

O parto da Catarina (o meu primeiro parto):


  Após ter passado a noite inteira com contrações de meia em meia hora (certinhas), por volta das 6h30 da manhã e depois de uma contração, notei que estava a sangrar um pouco. Como mãe de primeira viagem, sem saber o que era dirigi-me para as urgências. Depois do CTG, na consulta (e ainda nem me tinha sentado) o médico disse que eu estava muito bem, que não haviam contrações e que me ia mandar para casa. Expliquei-lhe a minha noite (LOL), então decidiu fazer o toque. Estava com 5cm de dilatação (para espanto dele) :) E já não me deixou sair.
Como não tenho por hábito armar-me em atriz e fazer um teatrinho, mantive-me calada e quieta. Burra!!! Todas as que estavam a gritar foram á minha frente! Só depois de ter "aviado" o mulherio todo que lá estava a gritar em prantos, é que me levaram para a sala de partos. A verdade é que a minha dilatação tinha estagnado, continuava (após todas aquelas horas, já eram 17H) com 6 cm.
 Na sala de partos estive 15 minutos, sentada de pernas á chinês, virada para uma janela (diga-se, janela essa sem qualquer cortina e com um prédio mesmo em frente) á espera do anestesista. A epidural correu muito bem, e foi administrada com o meu total consentimento.
  A minha filha só nasceu as 20h30. Durante esse tempo foi-me administrada occitocina e sem eu dizer se sim se não, até porque acho que isso é uma decisão médica para bem da mãe e do bebé. Ou querem estar uma semana em trabalho de parto? Tudo me foi explicado. O que faziam e administravam.
  Quando tive a dilação total começou a festa! Desde gente em cima da minha barriga até á episioctomia, houve de tudo! Até tempo para troca de turno a meio do meu parto. Não que isso me incomoda-se, mas acho que é um pouco anti-ético! Sem me informarem, recorreram ao auxilo de ventosa e fizeram a episioctomia. Se tinha que ser feito, tudo bem. Mas acho que faltou comunicação e explicação nesse aspecto. 
  Duas horas (aproximadamente) depois do parto depois de ter sido levada para o quarto peço medicação para as dores e depois de a trazerem, (passado muito tempo) dizem-me que se quero tomar com água, tenho que ir á pia! humm??!!! Valeu-me a mamã do lado que me deu a água que tinha! Nos dois dias que lá estivemos, fui muito bem tratada pelas enfermeiras e menos bem pelas auxiliares. Mas enfim.. são só dois dias. 
O pós-parto foi horrivel. Morri de dores. Tive infecção urinaria, anemia, não me sentava, etc... Mas passou tudo!

O parto do Miguel:

 Quando já se foi mãe uma vez, é natural que se esteja reticente em relação ao proximo parto. A verdade é que eu, depois de um parto normal, embora que com auxilio, não queira de todo, uma cesariana. O meu medo era haver compicações (que , apesar de tudo, não houve no primeiro parto). Sabia que iria aguentar o maximo de tempo em casa. E aguentei! Se há coisa da qual me orgulho na vida, é ter novemente dado entrada no hospital, desta vez com 8 cm de dilatação e outra vez sem um "aí". Novamente me iriam mandar para casa, não haviam contrações no CTG (mudem essas maquinas pf), qual não é o espanto da médica quando me faz o toque. Toma lá que é para aprenderes. Uiii, foi o filme, auxiliares para um lado, cadeira de rodas para o outro. E eu queria ir a pé. Diziam elas que não, que ele nascia pelo caminho!. 
Sala de partos: tudo pronto. Anestesista. Material. Tudo! Nem me queriam dar epidural, e com razão. A "mula" não fez efeito. Mas desta vez, um tratamento de hotel, sala a média luz, musiquinha, etc.. e eu, na minha inocencia, encantade da vida. Mudança de turno. Enfermeira com falta de peso: acabou a média luz, acabou a musica, la se foi a harmonia. Nem um "boa noite", ouvi da boca daquela cabra do monte (que nem tem outro nome). Fez-me o toque sem eu ouvir a voz dela. E, ainda fez cara de carneiro mal-morto. Mais uma vez, a coisa piorou. Saldo final: duas horas a puxar. Sem efeito de epidural, a transpirar que nem uma porca! O meu filho a ficar sem batimentos, mais que uma vez. A insistirem, mesmo depois de eu dizer que o primeiro parto foi com o auxilio de ventosa. E pronto, ao fim de todo este tempo, lá recorreram á ventosa. Mais um rasgão pensei eu, mas não, foi pequenino. Fizeram episioctmia, mas desta vez a medica teve o cuidado de me explicar o que estavam a fazer e fez toda a diferença. Quando me puseram o meu filho em cima, não senti nada. Só queria sair dali a correr de tão mal que me estava a sentir. 
  Depois levaram-no, ouvi a falarem para ele , na brincadeira, a vesti-lo e isso descansou-me. Sabia que pelo menos, ele estava bem. Mas nada paga o eu nem ter reação ao ver o meu filho. Fiquei só com uma das médicas na sala, para me coserem. Foi com anestesia local. O pior foi quando depois de já estar pronta, me dizer que a placenta não saiu toda ! what???? Tirou-me a sangue frio, pedacinho por pedacinho. Para mim aqui está a violência obstétrica. A violência psicológica, tenho estofo para aguentar, a física custou mais. Mais tarde foi-me dito (por alguem que percebe e muito) que deveria ter ido ao bloco e com anestesia era cosida e era-me retirada a placenta que ficou. 
  Depois disto tudo, e para meu espanto, tive um pós-parto santo! Dois dias com dores suportaveis e deposi já nem medicação queria. Ficamos 7 dias no hotel, e desta vez super bem tratados. 
  Não importa o hospital onde tive os meus filho, porque a acontecer, acontece em todo lado.
  De resumo, posso dizer que apesar de tudo, o pior parto foi o segundo. Mas no geral e sendo que eu e os meus fihos ficamos bem, já passou tudo! 
  Acho, também, que muitas vezes quem lá está, não pára para pensar no que estamos a sentir, e nas emoções que envolve um parto. Além da dor fisica, há a psicologica. Pequenos promenores, fazem a diferença. 

Para as futuras mamãs, leiam os relatos de parto com a mente "aberta". Quero com isto dizer, que nunca vai ser igual. Nem melhor, nem pior. Quero que confiem em quem vos está a assistir, mas nunca se deixem "enganar", no sentido de vos fazerem as coisas sem vos explicarem o que estão a fazer. É o vosso corpo e o vosso filho!

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