Avançar para o conteúdo principal

Visitas ao blog

Ser mãe é ser um bocadinho parva, ás vezes!

Ser mãe é ser um bocadinho parva, ás vezes.

Estou há algum tempo a chorar, como tu choras quando digo "não" àquele teu chocolate favorito.
Estou a chorar porque ser mãe é complexo. Como é que eu posso decidir sobre a tua própria vida? Sobre o teu caminho?  - Vá, provavelmente estou a dramatizar demais (ou é da hormonas ou do adiantado da hora). Mas vai ser um drama.. vai... pelo menos durante a tua adaptação. 
Odeio quando vejo medo no teu olhar. Isso deixa-me insegura, triste até. E tudo porque ainda tenho a minha infância bastante presente na memoria. Não que ela tenha sido má, muito pelo contrario. Mas tenho presente os meus medos (ainda que não os passe para ti, nem pensar), lembro-me da vontade que tinha, á hora do almoço, de sair a correr daquela cantina e ir para casa, para a minha casa, comer o que a tua avó fazia. Do horror que é acordar cedo e o tempo que leva encontrar alguém parecido connosco, que brinque com as mesmas coisas e que queira ser nosso amigo!
És como eu, não fazes amizades facilmente, o que no futuro vai ser muito benéfico para ti (mas que agora acarreta algumas "limitações sociais"). Não és de sorriso fácil, nem de grandes falas, mas só com os que não conheces. E não conheces ninguém para onde vais. 
Há um ano, também, não conhecias. E como cresceste (não só de tamanho) com todas as experiências que te proporcionaram. 
Sou grata por tudo que fizeram contigo. Conhecemos pessoas fantásticas. 
Saíste-me uma grande refilona, que já diz frases completas que se entendam. Que resposta a cada ordem (não que isso seja propriamente espetacular, mas que faz com que saibamos que és esperta e perspicaz). 
Não sei como vais reagir. Se vais interagir de inicio (é muito provável que não). Espero que tenhas paciência(ainda que pouco-xinha :))e que tenham paciência contigo.
Espero que daqui a um ano esteja cá para contar que estás ainda mais refilona, que tenha para contar tudo que aprendeste nesta nova escolinha. Que venha dizer que tens amigos até vir o "Xico" e que o "Xico" seja teu amigo também. 

Fica a saudade de quem cuidou de ti durante um ano, tu que eras a caçula,a Catarina, a mais pequenina!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Coração a dobrar

A noticia da gravidez não foi a melhor que poderia ter recebido. Não aceitei logo. Alias, acho que nunca cheguei a aceitar. Conformei-me.  Foi difícil convencer a cabeça e o coração que haveria um novo membro na família e mais alguém para amar.   Para mim não havia espaço para outro filho: nem na casa, nem no coração. Aquilo que sinto pela Catarina não tem explicação, nem dimensão. É infinito. É grandioso.  Depois chegaste e eu pensei que mal olhasse para ti seria tudo diferente. Não, não foi. Estavas ali, pequeno e indefeso e a tua sobrevivência dependia (e depende de mim)mas não senti aquele "bummmm" de amor. Assumo, sem medo do que possam dizer. Afinal de contas isso não muda nada.  Não muda o amor infinito que hoje, um mês depois, sinto por ti. Não muda a paixão com que te olho todos os dias. O carinho com que te dou a mama. A emoção que sinto quando já me distingues das outras pessoas, sempre que falo para ti.   Hoje não vivia sem t...

Os meus partos - Violencia obstetrica

  Acho que nunca fiz o relato do meu parto (dos dois), aqui no blog. Hoje, vi um vídeo sobre violência obstétrica, embora seja um tema controverso, darei a minha opinião. Este texto terá apenas a ver com a minha experiência, repito MINHA! O parto da Catarina (o meu primeiro parto):   Após ter passado a noite inteira com contrações de meia em meia hora (certinhas), por volta das 6h30 da manhã e depois de uma contração, notei que estava a sangrar um pouco. Como mãe de primeira viagem, sem saber o que era dirigi-me para as urgências. Depois do CTG, na consulta (e ainda nem me tinha sentado) o médico disse que eu estava muito bem, que não haviam contrações e que me ia mandar para casa. Expliquei-lhe a minha noite (LOL), então decidiu fazer o toque. Estava com 5cm de dilatação (para espanto dele) :) E já não me deixou sair. Como não tenho por hábito armar-me em atriz e fazer um teatrinho, mantive-me calada e quieta. Burra!!! Todas as que estavam a gritar foram á minha...

Filhos: medo... muito medooooo

  Estes dias (e a poucos de regressar ao trabalho) dei por mim a pensar em tudo aquilo que um filho traz de novo á nossa vida.   Dei por mim a pensar nos medos que tinha ou não, antes de ser mãe. Na verdade cheguei á conclusão que não tinha medos, pois descobri que os medos vêm quando temos filhos.    Tudo aquilo que eu temia antes de ser mãe, passei a enfrentar depois de o ser. O verdadeiro medo é um: o perder os nossos filhos. O lhes acontecer algo de mal. No outro dia em conversa disse a uma amiga que o medo não é só na gravidez (só começa), vai-nos perseguir para o resto da vida, mas faz parte. E é mesmo assim que penso.    Descobri que ser mãe é andar com o coração nas mãos. Duplamente nas mãos, no meu caso.   Quando tive a Catarina passei a viver numa bolha. Uma bolha de amor. Deixei de ser eu (a Catarina filha) e passei a ser a Mãe. Bolas, ainda há uns anos a filha era eu! Sabia lá eu que isto era tão complexo e tão difícil. Mas tão bom...